O crescimento da criança é um processo que depende do potencial genético herdado e é estimulado por vários fatores, como: hormônios, principalmente os do crescimento e tireoidiano; nutrição, pois o crescimento consome energia; atividade física, que permite maior chegada de sangue aos tecidos; e sono adequado, período em que é liberado o hormônio do crescimento.
Na vida, temos dois períodos de rápido crescimento: durante os primeiros anos de vida, quando quase dobramos de tamanho, e outro chamado “segundo estirão do crescimento”, que ocorre nas meninas, entre 10 e 13 anos e, nos meninos, entre 11 e 14 anos.
Normalmente, as crianças crescem cerca de quatro centímetros por ano, mas, nesse período da adolescência, por ação hormonal, as crianças podem crescer cerca de nove centímetros no ano. Muitas vezes, há um crescimento acelerado dos ossos da coxa, do fêmur, da perna, e tíbia, que ficam mais compridos. Os músculos desenvolvem-se em velocidade mais lenta. Desta forma ocorre compressões articulares, um estresse músculo tendíneo.
Sob a tração constante da musculatura encurtada, tornam-se pontos de inflamação e dor, que costuma ser mais frequente após atividades de impacto ou mudança de direção, tais como corrida, saltos, futebol, tênis, skate e balé.
Outra consequência deste rápido aumento da altura é a alteração do centro de equilíbrio e da estabilidade articular, fato que pode temporariamente prejudicar a coordenação e o desempenho esportivo.
Algumas medidas podem ser realizadas para amenizar as dores. Para isso, é fundamental um programa de alongamento muscular para manter boa flexibilidade, garantindo postura adequada. A musculação deve ser evitada nessa época, pois um músculo forte, porém encurtado, poderá causar mais dor na sua inserção, contudo, o método Pilates pode ser um grande aliado para a criançada.
Os exercícios de Pilates promovem hipertrofia longitudinal (flexibilidade) proporcional e organizada, não sobrecarregando as articulações e melhorando a dinâmica músculo articular. Essa flexibilidade reduz a tensão muscular e com isso reduz os quadros de dor do crescimento, interferindo na melhora do equilíbrio e coordenação da criança.
Na presença de dor, deve-se reduzir a intensidade das atividades físicas, evitando, principalmente, saltos e corrida. O Pilates melhora significativamente o quadro álgico e desempenho das crianças, porém, se as dores persistirem, recomenda-se uma consulta ortopédica.
O método Pilates gera outros benefícios na saúde mental e física das crianças também, são eles:
– Melhor concentração na escola;
– Melhoria da qualidade do sono;
– Confiança reforçada;
– Forte senso de autodisciplina;
– Estimula a sociabilização;
– Estimula a superação de limites;
– Ajuda no controle do estresse.
Profª. PHD Eliane Coutinho