Nesta semana, a TC Pilates está recebendo uma linda exposição chamada ‘’Pilates do sensível’’, um projeto fotográfico que nasceu do anseio de compartilhar com o público as percepções que a prática do método Pilates traz ao corpo e à mente.
O trabalho dos artistas Andréa Barbour, Rodrigo Rosa e Maria Militão busca traduzir uma prática que não se esgota no corpo que a executa, mas que o transcende, transformando a vida e a alma do praticante. O trabalho é corporal à medida que a mente está entregue, num ato de concentração e prazer. Como bem colocou o Mestre Joseph Pilates, “a mente esculpe o corpo” e, nesse sentido, o corpo no Pilates é obra de arte que é lapidada a partir da combinação entre o movimento preciso e a fluidez das sensações.
Para realizar o Projeto, a professora Maria Militão, uma das pioneiras da técnica em São Paulo, convidou a performer e artista visual Andréa Barbour para compor as produções fotográficas. Nessa parceria, consolidada com o olhar do fotógrafo Rodrigo Rosa, buscou-se explorar e expor ao público novas formas de se apresentar o Pilates. Para tanto, a imersão se deu em três frentes que se complementam, buscando trabalhar em profundidade o que o método proporciona a quem o pratica.
Andréa Barbour conta que a inspiração para o projeto veio da amiga Maria Militão, que guardava a vontade de compartilhar as percepções que transcendem o Pilates há mais de 10 anos. ‘’Com o tempo ela acabou se identificando com o meus trabalhos de bailarina e foto performance e então me chamou para entrar neste desafio com ela. A inspiração foi essa vontade de trazer um novo olhar sobre o assunto, mostrar que quem pratica o Pilates também é um “artista” capaz de criar e sentir. Já que o corpo é ferramenta de sensação e criação’’, revela.
Em um primeiro momento, as fotos trabalham a intersecção entre a precisão dos movimentos que compõem o Pilates e a fluidez das sensações que eles provocam. O diálogo entre o corpo físico e o sensível está colocado em cada uma das fotos, de modo a propor um olhar que se aprofunde na técnica enquanto processo que envolve o praticante em sua totalidade.
A experiência individual dos alunos é muito importante para o aprimoramento e aprofundamento da prática. Por conta disso, em um segundo momento são abordadas as impressões e sensações que tomam conta dos praticantes, de modo a construir Mapas Perceptivos do Pilates. Com base nos relatos trazidos pelos próprios alunos, as fotos buscam traduzir o processo de autoconhecimento provocado pela prática, por meio de um mapeamento corporal das sensações levantadas, as quais transitam da estranheza de um primeiro contato com a técnica à leveza proporcionada por ela. As imagens, nesse sentido, especializam as percepções que, na prática, compõem a geografia interna do aluno.
Por fim, a terceira etapa do Pilates do Sensível busca situar a prática também como campo de experimentação artística. A sua espacialidade pode se expandir e criar novas realidades, multiplicando os sentidos por ela provocados e propondo um novo instrumento de intensidades por meio de linguagens com a dança e a performance.
‘’As fotos buscam colocar os praticantes do Pilates em um outro lugar, traduzir o que se se passa internamente (que tantas vezes é muito difícil de se dizer em palavras), através de uma imagem. A ideia é que os alunos se identifiquem e se sintam “descobertos”. Como se as fotos fossem um portal do autoconhecimento e da própria invenção de si mesmos. E para os que não praticam, acredito que as imagens suscitam curiosidade, atenção e inquietação ao espectador. Uma vez que elas se dão de maneira bastante enigmática’’, explica Andréa.
Que esse mergulho no universo múltiplo e sensível do Pilates possa servir de inspiração para aqueles que o praticam ou buscam conhecê-lo!
Sobre a exposição
Quando: Até 19 de outubro – Segunda à sexta
Onde: TC Pilates – Rua Maria Curupaiti, 441. Sala 23, Vila Ester (SP)
Que horas: 8:00 às 20:30
