Você já se perguntou se o Pilates pode ajudar na definição do corpo? Neste artigo, vamos explorar os benefícios dessa prática no fortalecimento e tonificação muscular, além de discutir como ela pode contribuir para esculpir o tônus.
Para nos guiar nessa jornada, contamos com a expertise da Rafa Palmieri, Fisioterapeuta, Instrutora de Pilates e uma entusiasta do método. A cada mês, ela trará informações valiosas sobre o assunto. Vamos mergulhar no mundo do Pilates e entender como ele pode ajudar você a atingir seus objetivos!
Corpo definido, sim, mas sem volume!
Os exercícios de Pilates trazem muitos benefícios para o corpo de quem o pratica, como tonificação, definição, alongamento da musculatura, aumento da força, condicionamento físico e mental, correção postural, consciência corporal e respiratória, maior flexibilidade, melhora do equilíbrio e coordenação motora.
Eles são muito conhecidos por tornarem o corpo dos praticantes “definido”. Vamos entender por que isso ocorre?
Pilates é a combinação perfeita de fortalecimento, alongamento e tonificação muscular
De uma maneira geral, os movimentos do Pilates geram uma combinação perfeita entre fortalecimento, alongamento e tonificação muscular, ou seja, enrijecem e flexibilizam os músculos, tornando-os firmes e delineados em certo grau de tensionamento, mesmo em estado de relaxamento.
O método não tem o objetivo ou a característica de fazer os músculos hipertrofiarem (permitir o crescimento transversal e o consequente aumento de volume da fibra muscular, como acontece na musculação, por exemplo). Ele trabalha mais voltado para as repetições dos movimentos e menos com o aumento das cargas.
Além disso, as molas que utilizamos nos aparelhos de Pilates oferecem um tipo de estímulo diferente daquele executado na musculação. A tensão fornecida pelas molas dos aparelhos produz uma resistência constante e, para isso, os movimentos necessitam ser precisos, como já exigia Joseph Pilates.
Pilates e o trabalho em cadeia dos grupos musculares

Mesmo nos exercícios de solo, vencendo a gravidade e o peso do próprio corpo, os movimentos exigem uma contração permanente, repetida e constante de vários grupamentos musculares ao mesmo tempo. Outra diferença importante é que os exercícios do Pilates geralmente trabalham vários desses grupos simultaneamente, fazendo com que o corpo funcione “em cadeia”.
O treinamento resistido pertinente ao método (seja a resistência imposta pelas molas – no caso dos aparelhos, ou pelo próprio peso corporal contra a gravidade – no solo) proporciona um aumento do potencial de inervação dos neurônios motores responsáveis pela contração muscular que irá comandar os movimentos.
É como se a prática desse tipo de exercício que o método propõe ensinasse ao corpo a recrutar e a despolarizar mais fibras musculares, gerando ganho de força e também de maior controle neuromuscular.
Músculos profundos e estabilizadores: a base para a definição muscular
Se quisermos fortalecer nossos músculos de forma eficaz e receber os benefícios de uma coluna firme com uma postura ótima e com definição, devemos ensinar desde os músculos mais profundos até os músculos mais superficiais.
Os músculos grandes e superficiais fornecem maiores distâncias do que os mais profundos, permitindo uma maior amplitude de movimento, e são eles que ficam mais aparentes no nosso corpo, mostrando então o torneamento e a “definição” muscular. Os menores e mais profundos músculos sustentam as ligações entre cada segmento corporal.
Eles sãos ESTABILIZADORES. Portanto, são os músculos profundos do abdome e da coluna, por exemplo, que fornecem maior estabilidade para a sustentação da coluna e da postura correta. E quando eles não funcionam efetivamente e não apresentam resistência para uma boa sustentação, outros músculos serão recrutados para cumprirem essa função, exercendo um trabalho para o qual não foram designados.
Fibras musculares, controle neuromuscular e flexibilidade
Nos exercícios de Pilates, as fibras musculares do tipo 1 são amplamente requisitadas. Essa combinação de resistência, precisão, repetições, fluidez, equilíbrio, força, bases instáveis e ativação postural e abdominal permanente promove o treinamento das fibras musculares resistentes, contínuas e de contração lenta, que possuem poucas características hipertróficas, mas muitas características de torneamento muscular.
Essas fibras são extremamente importantes para manter os músculos da coluna e do abdômen ativados e contraídos a cada momento.
Além disso, os músculos mais profundos do core são muito exigidos e trabalhados nos exercícios do Pilates. O diafragma, o transverso abdominal, os multífidos e a trama muscular do assoalho pélvico são predominantemente compostos por fibras do tipo 1, devido à grande demanda de resistência e ativação por longos períodos do dia para que possamos realizar todas as nossas atividades de vida diária sem nenhum prejuízo funcional ou dor. Músculos estes que são (re)educados e solicitados a todo momento com a metodologia do Pilates.
Conclusão
Pilates é uma modalidade completa que combina fortalecimento, alongamento e tonificação muscular. O método trabalha os músculos profundos e estabilizadores, promovendo a sustentação correta do corpo. Ao mesmo tempo, fortalece os superficiais, proporcionando a definição muscular.
A prática do Pilates também estimula as fibras musculares resistentes e contribui para o controle neuromuscular e a flexibilidade. No entanto, é importante lembrar que a definição está relacionada à composição corporal e à redução da camada de gordura entre os músculos e a pele.
Portanto, para obter resultados satisfatórios na definição muscular, é necessário adotar um estilo de vida saudável, que inclua uma alimentação adequada, prática regular de exercícios de Pilates e descanso adequado.