O câncer de mama tornou-se a maior causa de morte da população feminina no Brasil. A cada ano estima-se que 20% dos novos casos de câncer sejam de mama.
Atualmente, para o fechamento do diagnóstico, realiza-se a técnica da biopsia do linfonodo sentinela, a qual diminui a morbidade do paciente e direciona o tratamento e o prognóstico da doença.
O tratamento cirúrgico pode variar desde uma tumorectomia, onde retira-se o tumor respeitando a zona de tecido próxima à ele, até uma mastectomia, onde retira-se completamente a mama, podendo vir acompanhado do esvaziamento axilar, onde também são retirados os linfonodos axilares.
A terapia pode ser desde uma local, como a radioterapia, à uma sistêmica, como a quimioterapia. Os tecidos expostos a radioterapia podem sofrer fibrose, e juntamente com a cicatriz cirúrgica, causam dores e limitações da ADM do MS acometido, o que afeta diretamente as AVDs do paciente, como a qualidade de vida.
Quanto a quimioterapia, trata-se de uma terapia que envolve todo o sistema, sem distinção entre as células oncológicas e as saudáveis. Por esse motivo é considerado um dos mais agressivos, porém, com bons resultados.
Por se tratar de um tratamento que envolve o sistema todo, seus efeitos sobre o organismo podem afetar os vários sistemas, e seus sintomas podem variar ou virem todos juntos, como falta de apetite, alteração no paladar, constipação intestinal, náuseas, vômitos, alterações sexuais e fadiga muscular.
A fadiga muscular está diretamente ligada a qualidade de vida, e estudos mostraram que logo no início do tratamento é possível notar uma diminuição em suas capacidades funcionais de 30%.
O Pilates tornou-se um método recomendado por diferentes especialistas por ser muito eficaz devido aos seus princípios e a capacidade de adaptação dos exercícios à todos os públicos, incluindo pacientes oncológicos, pois torna-se evidente a necessidade de um trabalho cuidadoso, que foca em manter o máximo possível das capacidades.
O Pilates traz como benefícios ao paciente melhora da flexibilidade, do sistema linfático, do condicionamento cardiorrespiratório, força, resistência muscular e aumento no consumo de oxigênio, e tudo isso vem associado a melhora da qualidade de vida do paciente.
Seguindo corretamente o método, e as sessões sendo instruídas por um profissional capacitado, o Pilates pode ser um grande aliado ao tratamento do câncer!
Marceli Tuão
Fisioterapeuta
Crefito: 60826-LTF
Fontes:
- www.inca.gov.br
- ELIAS, Thaís Cristina et al . Influência de variáveis clínicas na capacidade funcional de mulheres em tratamento quimioterápico. Esc. Anna Nery, Rio de Janeiro , v. 19, n. 4, p. 571-577, dez. 2015 . Disponível em . acessos em 21 maio 2016. http://dx.doi.org/10.5935/1414-8145.20150076.
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