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O que avaliar antes da aula de Pilates

A procura e as indicações para o método Pilates a quem busca uma atividade física diferente das convencionais é constante. Os estúdios recebem pessoas com diferentes objetivos e necessidades e devem se adequar a individualidade de cada um para atingir, de forma efetiva, os objetivos de todos. Uma avaliação criteriosa se faz necessário para traçar diretrizes fidedignas a história e realidade de cada aluno e assim potencializar seus ganhos e deixá–lo satisfeito.

Tudo começa na aula de Pilates experimental, onde o profissional tem a oportunidade de criar valor ao serviço prestado, gerando entusiasmo e envolvimento do cliente com a aula e o estúdio. Uma anamnese (avaliação) inicial é indispensável para se conhecer a história do aluno e compreender qual sua experiência com o exercício e as características físicas e de personalidade que podem influenciar diretamente em seu padrão motor. O histórico de alguma lesão ou doenças também é imprescindível para controle da carga e ajustes nos exercícios.

Durante a aula de Pilates o professor terá a oportunidade de observar como o aluno se movimenta, identificando suas compensações e capacidade de força e flexibilidade, além de saber mais de sua rotina e, assim, compreender como ele utiliza seu corpo no dia a dia e quais as possíveis causas dos desequilíbrios que podem surgir ao longo da prática. O Pilates também é um estimulo a mudança de hábitos. Por isso, conhecer os hábitos de cada um é muito importante para a melhor especificidade no treino.

Pronto, o aluno se adaptou bem ao Pilates e acredita que a metodologia pode atender a seus objetivos e vai iniciar seu plano de aula de Pilates. Chegou a hora então de entender suas necessidades para traçar metas, estratégias e ações, atendendo a individualidade e funcionalidade do aluno.

Nessa fase é preciso uma avaliação criteriosa da postura, padrão motor e função neuromuscular e, para isso, existem diversos protocolos a serem seguidos na literatura. Devemos escolher aquele que atende ao que se busca com o aluno, dependendo de toda a anamnese inicial feita com ele. Por exemplo, caso o aluno não possua nenhuma lesão, seja sedentário e aparentemente esteja apto a fazer tudo, é muito importante avaliar seus possíveis desvios posturais e seu padrão motor, a fim de entender os desequilíbrios entre seus músculos, que podem a médio ou em longo prazo causar algum tipo de lesão osteomioarticular.

Agora, caso o aluno tenha algum quadro de lesão, tratada ou não, e que pode ser fator determinante para algum tipo de movimento, é importante, além de realizar toda a avaliação postural e de função muscular, saber sobre a fisiopatologia da lesão e possíveis restrições que devem ser seguidas durante as aulas.

Sabemos que existem certos tipos de lesões que apenas o Pilates não será suficiente para reabilitar, portanto, é indispensável que o profissional avalie bem em que nível está a lesão e direcione o aluno para o tratamento adequado, caso necessário.

Grandes autores como KENDALL, MAGEE, MCGILL, NEUMANN, MACKENZIE e HODGES possuem modelos eficientes de avaliação postural e testes de funcionalidade muscular que podem nos trazer bons parâmetros para a criação de uma aula eficaz no desenvolvimento do corpo de uma forma global e equilibrada, respeitando as características de cada um. O professor deve escolher quais protocolos se encaixam melhor a cada aluno e, se possível, aplicar a avaliação em um dia específico, com tempo e discrição, não expondo o aluno e dando a ele mais feedbacks positivos para incentivá-lo a evoluir e a praticar com assiduidade. Uma avaliação que possua fotos ajuda bastante para mostrar ao aluno sua evolução, causando mais motivação por mudanças.

O planejamento do treino do aluno deve ter como base a avaliação realizada e suas necessidades e objetivos devem ser atingidos, mas muita coisa deve ser avaliada no dia a dia dele, pois ocorre que, nem sempre os achados numa avaliação serão os mesmos achados no dia seguinte. Por isso, uma avaliação diária do aluno é essencial para mudar o plano de treino, se necessário, e melhor atendê-lo a curto e a longo prazo.

A avaliação nos dá um norte para iniciar um trabalho, mas não deve ser a única coisa a ser feita, é preciso aprender no dia a dia com cada aluno e entender que nem sempre o mesmo protocolo funciona com todos. Nessa hora o papel do professor é muito importante, pois é ele o grande artista e intérprete do corpo humano, aquele que tem conhecimento e experiência para mudar comportamentos e ensinar o exercício físico de forma segura e eficiente.

Victor Valente
Educador Físico (CREF: 074605- G/SP)

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