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O Método Pilates Clássico na reabilitação de doença no fêmur

Por: Claudia de Souza Rutkoski e Patricia Cilene Freitas Sant’Anna

A osteonecrose da cabeça do fêmur é um quadro clínico em que ocorre, por motivo traumático ou não traumático, a interrupção do suprimento sanguíneo para a região, resultando na necrose da cabeça do fêmur. Inicialmente, pode ser assintomática, mas com o progresso da condição, haverá dores principalmente na região da virilha, na parte proximal da coxa e nádegas. Em alguns casos, pode apresentar, também, dor no joelho e limitação da rotação interna de quadril. A dor piora com a descarga de peso, mas pode acontecer, no repouso. A necrose é progressiva, mas o tratamento conservador busca desacelerar e diminuir o estresse na articulação. O colapso da cabeça do fêmur e a deformidade da congruência articular gera, consequentemente, a artrite degenerativa, podendo evoluir para um quadro de rigidez, diminuição da amplitude de movimento (ADM), fraqueza dos músculos do core, marcha antálgica e dificuldades com as atividades de vida diária (AVDs).

A fisioterapia é necessária não só para a preservação das estruturas envolvidas, mas, também, para prevenção da hipotrofia muscular gerada pela inatividade. Dentro do atendimento fisioterapêutico o paciente, também, recebe as orientações para a melhora de sua condição física e para os passos que se seguirão no pré e pós-operatório de artroplastia de quadril. A fisioterapia tem como grande ferramenta a utilização do Pilates. Segundo Wood (2022), o Pilates é eficaz na reabilitação e prevenção das lesões pois enfatizamos músculos centrais, utilizando exercícios de cadeia cinética fechada e aberta, trabalhando os músculos de maneira estática e/ou dinâmica. Os exercícios são funcionais e adaptáveis para diversas pessoas, prioriza, também, uma respiração adequada e o condicionamento mente-corpo.

“O método Pilates é um sistema de condicionamento físico e mental que pode melhorar a força física, a flexibilidade e a coordenação, bem como reduzir o estresse, melhorar o foco mental e promover uma melhor sensação de bem-estar. O método Pilates pode ser para qualquer um e para todos.”(ISACOWITZ, 2013)

Com o método Pilates os exercícios, que são de baixo impacto, garantem o fortalecimento, mobilidade e segurança para o paciente. A base do tratamento é o fortalecimento dos músculos do core. O core é o “centro de força”, um conjunto de músculos do tronco, que estabilizam a coluna como: o transverso do abdome, os multífidos, o assoalho pélvico e o diafragma. O método Pilates tem como princípios: a respiração, a concentração, o centro, o controle, a precisão e a fluidez.

Este artigo visa descrever uma experiência de atendimento com Pilates Clássico no período pré-operatório em um paciente portador de osteonecrose.

Relato de caso: o que mudou após o atendimento com o Pilates clássico?

O paciente de 59 anos buscou ajuda médica por sentir dores intensas na articulação do quadril esquerdo em dezembro de 2021. Ao realizar exames, constatou a osteonecrose da cabeça do fêmur e derrame articular. Em maio de 2022 iniciou o acompanhamento na Clínica Escola de fisioterapia da UNISINOS na época limitado a cadeira de rodas.

No tratamento deste paciente, o método Pilates clássico foi a ferramenta principal. Os exercícios no solo, Reformer, Cadillac e a Chair, reforçaram os músculos do CORE e dos membros inferiores, principalmente. A combinação de dedicação e consistência nas atividades físicas tornam a reabilitação do paciente uma questão de tempo.

Desde que começou a realizar a fisioterapia baseado no método Pilates Clássico, o paciente relata que percebeu uma evolução rápida, redução dador em 80%e a melhora da mobilidade. Além disso, conta que se tivesse que escolher entre esse e outros tratamentos que já realizou, escolheria o Pilates. Após 6 meses, o paciente deambula com auxílio de duas muletas para evitar a descarga de peso, aguardando o procedimento cirúrgico. Na Clínica Escola, o paciente foi atendido por duas estagiárias e supervisionado por fisioterapeuta formadas pelo Instituto Golden, parceira da Unisinos.“O Pilates Clássico é uma excelente ferramenta dentro da cinesioterapia. Há um universo de possibilidades das quais os elementos moduladores, como as molas e até mesmo a respiração podem ser utilizados tanto facilitando quanto dificultando o movimento. Portanto pode ser usada de forma gradual acompanhando a reabilitação do paciente por longo período” relata a estagiária Claudia de Souza Rutkoski.

 

Referências:

Dewei Zhao,Feng Zhang,Benjie Wang,Baoyi Liu,Lu Li,Shin-Yoon Kim,Stuart B. Goodman,Philippe Hernigou,Quanjun Cui,William C. Lineaweaver,Jiake Xu,Wolf R. Drescher,Ling Qin. Guidelines for clinical diagnosis and treatment of osteonecrosis of the femoral head in adults (2019 version). Journal of Orthopaedic Translation,Elsevier, march 2020.

Disponível em: < https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2214031X19302633?via%3Dihub> Acesso em: 23out. 2022.

DUTTON, Mark.Fisioterapia ortopédica:exame, avaliação e intervenção. 2. ed. Porto Alegre: ArtMed, 2010.ISACOWITZ, Rael; CLIPPINGER, Karen.Anatomia do Pilates:guia ilustrado de Pilates de solo para estabilidade do corpo e equilíbrio. Barueri, SP: Manole, 2013.Roth, A., Beckmann, J., Bohndorf, K.et al.S3-Guideline non-traumatic adult femoral head necrosis.Arch Orthop Trauma Surg136, 165–174 (2016).Disponível em: <https://link.springer.com/article/10.1007/s00402-015-2375-7> Acesso em: 23 out. 2022.

WOOD, Samantha.Pilates na reabilitação: guia para recuperação de lesões e otimização das funções. Barueri: Manole, 2022.

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