O Pilates em grupo torna-se cada vez mais comum no Brasil, já no exterior, esse modelo já vem sendo uma tendência há algum tempo. O tipo de aula em grupo que falaremos hoje é a que todos os alunos usam aparelhos iguais.
Explicamos o porquê: a aula fica mais fluida, e, como todos seguem o mesmo cronograma (salvo adequações), mais otimizada e com mais exercícios. Com menos pausa, favorecemos o condicionamento. O professor cansa menos pois dá a mesma voz de comando, orquestrando o andamento de uma aula contínua, e também fica mais focado pois não precisa ficar “pulando” de estação em estação como no modelo de aparelhos diferentes.
No Pilates clássico, os próprios alunos fazem a regulagem dos aparelhos, como a troca de molas ou posicionar a caixa. Podemos incorporar essa prática também no contemporâneo e, aos poucos, ensinar nossos pacientes a lidar com as máquinas. Com certeza contribui muito para um bom ritmo de aula e dá independência ao paciente.
As aulas em grupo são uma ótima forma de otimizar o espaço do estúdio e a hora trabalhada do professor; e para o cliente, as principais vantagens são o custo/benefício, a motivação e a socialização. Lembrando que, para os instrutores fisioterapeutas, o número máximo de alunos por turma permitido pelo Crefito são seis.
Somos defensoras de que o instrutor de Pilates pode deixar a demonstração dos exercícios para alguns momentos de necessidade; como quando o paciente está com muita dificuldade de entender um movimento novo para ele, ou em um exercício mais complexo, por exemplo. Mais uma vantagem das aulas em grupo, é que, os próprios colegas podem ajudar nesses casos citados acima. Priorizamos que cada paciente tenha independência na sua percepção corporal, mas, nos casos em que citamos, o crescimento e ajuda mútua são muito bem-vindos!
Já pontuamos vários motivos para você aderir às aulas de Pilates em grupo. Agora, vamos às dicas de como fazê-las dar certo.
O ideal é tentar homogeneizar o grupo o máximo que puder. Seja por idade, necessidade ou objetivo, experiência corporal e nível de dificuldade. Claro que, por muitas vezes esbarramos na restrição de horário dos pacientes ou na própria agenda do Studio, mas, quanto mais itens em comum você conseguir na formação de uma turma, mais chances de sucesso.
Procure sempre programar sua aula. Alguns instrutores preferem montar um script bem definido e outros, apenas esboços. Isso depende do gosto e da experiência de cada um, mas, independentemente da sua escolha, sugerimos que você siga alguns passos importantes:
- Estabeleça os objetivos da aula,
- Tenha uma sequência e otimização dos decúbitos,
- Se for usar acessórios, já os deixe separados,
- Capriche na voz de comando – quanto mais clara ela for, menos correções e pausas serão necessárias.
O próximo fator que citaremos depende muito mais da disciplina dos alunos do que do professor, mas, sabendo disso, você pode prevenir algumas falhas nesse sentido. Estamos falando dos atrasos. Além do paciente ser prejudicado por perder uma parte da aula, pode gerar uma desconcentração nos demais e também do professor, que terá que introduzi-lo na aula. Para causar o mínimo de transtorno possível, sugerimos que você oriente seu paciente a seguir do ponto em que a aula está. Não tente passar tudo de novo pra ele, acelerando-o para alcançar o grupo. Se os colegas estiverem fazendo um exercício unilateral, passe algum movimento que o atrasado está acostumado, pode ser a ponte, por exemplo e depois, todos seguem juntos. E, depois, em particular, fale dos malefícios dos atrasos frequentes, se for o caso.
Ainda no quesito disciplina dos alunos, é importante ressaltar que as aulas em grupo são uma ótima forma de socialização, mas também tendem a ser mais dinâmicas. Afinal, o objetivo é justamente otimizar! Portanto, procure manter a ordem durante o treino, fazendo dos momentos de conversas uma exceção.
Apesar de ser em grupo, um dos pontos fortes do Pilates é ser uma atividade individualizada. A individualização deve acontecer não só nas adaptações e correções, mas também no direcionamento da aula de acordo com o objetivo de cada paciente. Procure passar exercícios específicos pontuais para cada paciente e avisá-lo de que aquele foi pensado especialmente para o caso dele. Mas claro, seja democrático e distribua essa personalização entre todos ao longo das aulas.
E, saiba que casualmente algum aluno pode chegar com dor, exausto, ou com algum outro fator que prejudique sua performance habitual. Esteja sempre preparado para um plano B!
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