Porque se engajar em grupos de prática do Método Pilates: um olhar sobre os aspectos psicossociais

Não é novidade na literatura científica e literatura geral que o exercício físico possui diversos benefícios para os indivíduos. Muito se divulga a respeito dos benefícios físicos e estéticos da prática regular de exercícios, porém muitos profissionais deixam de destacar os benefícios psicossociais que o mesmo pode proporcionar.
No que se refere ao Método Pilates, grande parte dos estudos científicos é voltada para aspectos relacionados à força, flexibilidade, lesões, patologias, dor, dentre outros… Não há nada de errado com isso, afinal estes benefícios realmente existem e são extremamente importantes, porém sendo o indivíduo biopsicossocial é essencial que este seja pensado de maneira completa e que os aspectos positivos do método sejam pensados também dentro dos domínios psicológicos e sociais.
Assim como as demandas dos seres humanos não são apenas físicas e estéticas, as demandas do Método Pilates também não são. Podemos sustentar essa afirmação observando seus princípios: centro de força, concentração, controle, precisão, fluidez e respiração. Para que o método seja realizado respeitando estes princípios, é imprescindível que a mente esteja em trabalho constante, ajudando a esculpir o corpo e lapidando os movimentos.
Observando alguns estudos científicos, podemos sustentar que o Pilates contribui para o aumento dos níveis de saúde psicológica, melhor qualidade de vida, melhor estado de humor, menor nível de estresse percebido, melhora na atenção, níveis mais altos de saúde ocupacional, níveis mais altos de autoeficácia geral e melhorias comportamentais no estado de saúde emocional percebida (Boix et al., 2018; Boix et al., 2014).
Integração corpo e mente
Em tempos de isolamento social, voltar nossos olhares para os aspectos psicossociais é de extrema importância, pois uma mente doente pode adoecer o corpo e comprometer toda qualidade de vida.
A diminuição ou falta de bem-estar psicológico e/ou social pode gerar sentimentos negativos e desencadear quadros depressivos. É fato que não podemos frequentar os estúdios e academias de Pilates neste momento, porém ao nos engajar em grupos existentes em redes sociais, participar de desafios e nos relacionar com outras pessoas comprometidas com os mesmos objetivos que os nossos, mesmo que virtualmente, estaremos estimulando sensações e sentimentos positivos que poderão contribuir para o bem-estar físico e psicológico geral, colaborando para uma melhor saúde mental.
O essencial nesse momento é respeitar seus limites e estabelecer metas reais e atingíveis, pois a sensação de realização e sucesso gerará emoções positivas! Lembre-se que você é um ser único que possui sua individualidade biológica, portanto esteja atento ao que nosso mestre Joseph Pilates já dizia: “Respeite se próprio ritmo”!
Por fim… Permita-se viver essa experiência e estabelecer novos laços e novos conceitos de pertencimento! O ato de se envolver e pertencer a grupos com os quais você possui afinidade pode dar um novo sentido aos seus dias e gerar uma nova força em tempos tão difíceis, um dia você será a inspiração de alguém e no outro você achará um motivo de inspiração… E em todo esse cenário o Pilates pode estar com você, se tornando um estilo e de vida capaz de transformar seu corpo e sua mente!
Cristina Carvalho de Melo
Idealizadora e Coordenadora do Projeto Pilates UFMG
Doutoranda em Ciências do Esporte, Mestrado em Estudos do Lazer, Especialização em Psicologia do Esporte e em Pilates, MBA em Gestão de Projetos.
Graduada em Educação Física e Administração
carvalho.cristina@gmail.com
Instagram: @criscarvalhomelo
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