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Fascite Plantar: o que é e como identificar

Os arcos do pé são formados para distribuir adequadamente a descarga de peso. São 3:

  • Arco longitudinal medial (mais interno)
  • Arco longitudinal lateral (mais externo)
  • Arco transversal (atravessa os metatarsos e estão próximos aos 5 dedos).

Hoje vamos falar mais especificamente do arco longitudinal medial, pois quando este desaba, temos o pé plano, popularmente conhecido como pé chato. E esta alteração mecânica é uma das causas crônicas de fasciíte plantar.

arco do pé

Os ligamentos e músculos são estruturas responsáveis pela estabilidade estática e dinâmica do pé respectivamente. Os músculos extrínsecos (que não estão localizados exclusivamente no pé e atravessam o tornozelo) são principalmente:

  • Tibial anterior e posterior;
  • Extensor longo dos dedos e do hálux;
  • Fibular anterior, longo e curto;
  • Flexor longo dos dedos e do hálux;
  • Gastrocnêmios (lateral e medial) e sóleo.

Já os músculos intrínsecos (que se originam e se inserem no pé) são pequenos músculos que fadigam rapidamente e são responsáveis pela estabilidade do pé pois são mais profundos e realizam movimentos como: abdução dos dedos (abrir os dedos), adução dos dedos (aproximar os dedos), extensão (elevar) e flexão (baixar) dos dedos.

O QUE É A FASCITE PLANTAR?

Fascite, fasciíte ou fascite plantar é uma inflamação da fáscia plantar (estrutura que recobre desde o calcâneo aos dedos do pé) e das estruturas perifasciais localizada na planta do pé.

O esforço crônico incidente na origem da fáscia no calcâneo pode causar deposição de cálcio, formando o esporão na região posterior do calcâneo. Esses distúrbios são frequentemente considerados em conjunto: fascite e esporão calcâneo.

A causa da fasciíte plantar, como típico de qualquer lesão por uso excessivo, pode ser de origem aguda (por distensão) decorrente da incidência de carga excessiva no pé, exemplo: aumentar abruptamente a quilometragem percorrida em uma corrida.

E causa mecânica está ligada a irritação crônica provocada por uma quantidade excessiva de pronação prolongada e excesso de peso. Isso resultara em microlacerações na fáscia plantar.

Também pode ocorrer em pé cavo (de arco elevado com a sua limitada excursão subtalar), porque nesse tipo de pé, é comum a presença de uma fáscia plantar retesada.

local da lesão e inflamação da fáscia

A fascite plantar é frequente em pacientes de ambos os sexos, em geral com mais de 40 anos de idade. A dor piora com atividades como subir degraus, andar ou correr; e é mais frequentemente pela manhã, assim que o paciente deixa a cama, logo no primeiro contato do pé com o solo.

Em caso de aumento da dor, o paciente muda seu padrão de marcha (andar), postura em pé e adquire uma pisada supinada, para que a descarga de peso seja desviada para a lateral do pé, objetivando minimizar a dor.

formatos de pé

Durante as sessões de Pilates, o instrutor deve realizar o exame físico do paciente que deve incluir o membro inferior inteiro, em busca de problemas de alinhamento do quadril, joelho e tornozelo que pode causar pé plano, pé cavo ou hiperpronação do pé.

Também deve se localizar a sensibilidade na inserção da fáscia no calcâneo e a presença de pontos gatilhos (trigger points).

Atenção: a hiperextensão das articulações MTF aumentará o desconforto, pois esse movimento tenciona a fáscia plantar pelo mecanismo de molinete. Sendo assim, contraindicado alongamento da fáscia que já se encontra distendida e inflamada.

windlass effect

Inicialmente durante a fase aguda da fascite plantar o paciente deve ser tratado com massagem com gelo, repouso e medicamentos anti-inflamatórios. É recomendável que o paciente use uma órtese no interior do sapato ou um apoio para o arco (do tipo comprado sem necessidade de prescrição). Também pode haver indicação para tratamento de discrepância de comprimento entre as pernas. A fascite plantar é observada mais frequentemente na perna mais curta.

Raramente haverá indicação de cirurgia, isto porque nos casos de esporão calcâneo, o tecido ósseo retorna ao seu crescimento.

Atualmente tem se pesquisado sobre a efetividade do tratamento por ondas de choque (TOC), que são ondas de energia de ultrassom extracorpóreo que passam através dos tecidos moles e, no local inflamado estimulam o tecido a liberar substâncias anti-inflamatórias, regenerando-o e ativando os mecanismos de defesa do corpo. São necessárias de uma a três sessões com o médico ortopedista, com duração de 5 a 15 minutos, dependendo do tipo de aparelho usado. Outro estudo de Ulusoy, Cerrahoglu & Orguc comparou 3 tipos de eletroterapia para fascite plantar crônica: Ultrassom, Laser de baixa potência e terapia por ondas de choque, estes dois últimos tiveram melhores resultados na melhora da dor e função de 60 pacientes.

Para a manutenção e prevenção de recidiva da fascite plantar, deve também ser incorporados ao programa de reabilitação exercícios de fortalecimento e alongamento dos músculos gastrocnêmicos e sóleo e fortalecimento da musculatura do arco do pé (músculos intrínsecos do pé). Atividades em cadeia cinética fechada e de controle da propriocepção são efetivas na reabilitação do paciente. Exercícios de abdução de quadril são muito importantes para que seja mantida a força de estabilidade do membro inferior.

 

Érika Batista é fisioterapeuta mestre em reabilitação, coordenadora do FisioStudio Pilates Ibirapuera- São Paulo e autora dos cursos de Pilates nas Patologias da coluna e joelho.
Siga no instagram: @erikabbatista e @fisiostudiopilates

Referências:
– Hertling, D & Kessler R. M. Tratamento de distúrbios musculoesqueléticos comuns. 4ª edição. Ed Manole, 2009.
– Magee, D.J. Avaliação musculoesquelética. 5ª edição. Ed Manole, 2010.
– https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29126038
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28633773

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