Pilates x Covid
Texto por: Prof. MSc. Felipe Alavarce
CRF 3/154701-F
O Covid-19 vem sendo um grande desafio para o sistema de saúde, tanto durante o processo de infecção, quanto após ele. Hoje, o Brasil já passou da marca dos 10 milhões de infectados e mais de 250 mil mortes. 2020 foi um ano terrível – e, infelizmente, tudo isso está longe de acabar.
Sabemos o quanto é delicado o momento que estamos passando, de pandemia mundial… com isso, nós, profissionais da saúde, precisamos embarcar em uma nova jornada, transcendendo o padrão, desenvolvendo novos parâmetros de atenção à saúde.
O mais importante, e que se buscou no começo da pandemia, foi a cura, foi tentar evitar o maior número de mortes. Porém, após 1 ano do seu início, percebemos que teremos uma segunda frente de batalha: tratar milhares de pacientes com sequelas passageiras, ou até mesmo sequelas crônicas. Segundo Francis Collins, diretor do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, muitos pacientes podem apresentar morbidades crônicas após a infecção por Covid-19.
“Sabemos que 28 milhões de pessoas tiveram Covid-19 nos Estados Unidos. Se menos de 1% apresentarem consequências crônicas, serão muitas pessoas com problemas secundários”
Estudos mostram que os principais sintomas pós Covid-19 são: fadiga, dispneia e diminuição da capacidade de executar atividades do cotidiano
Os Fisioterapeutas e Educadores Físicos, como agentes da saúde e os principais profissionais da linha de frente, também terão que desenvolver estratégias para trabalhar com as sequelas pós Covid-19. Dentre essas estratégias, podemos citar o Pilates, uma ferramenta incrível no trabalho de tratamentos das patologias e manutenção da saúde.
Covid x Pilates

O Pilates, através da sua filosofia e dos exercícios respiratórios, consegue potencializar a capacidade de oxigenação do corpo, aumentando assim a capacidade respiratória, levando a uma mecânica mais precisa e a educação dos músculos respiratórios.
Os exercícios do Pilates ajudam a melhorar a mobilidade da caixa torácica, diminuem a tensão dos músculos cervicais e dos músculos respiratórios acessórios, aumentando assim a capacidade de oxigenação de todo o corpo. Os principais objetivos do protocolo de educação respiratório e treinamento respiratório no Pilates é minimizar as dispneias e diminuir quadros de ansiedades provocados pelo medo da falta de ar.
As respostas neurofisiológicas do Pilates são incríveis, assim como as de qualquer outro exercício físico executado em nível moderado e com continuidade: aumento da capacidade cardiorrespiratória, imunorregulação, onde o sistema imune torna-se mais forte para o combate de processo infecciosos.
Alguns estudos relatam que pacientes com estilo de vida saudável, com prática de exercício físico regular, possuem em torno de 51% menos chances de internação durante infecção do Covid-19. Outros estudos mostram que existe uma queda vertiginosa na capacidade física após infecção, e que essa melhora pode chegar a variar de 1 a 2 anos, por isso concluem que o exercício físico é fundamental na manutenção da saúde em pacientes pós Covid -19.
Muitos pacientes veem nos procurando com sintomas pós Covid 19, e através de uma estratégia bem executada, estamos conseguindo resultados extremamente satisfatórios.

Leandro Eburneo Laposta, 40 anos, foi infectado pelo Covid-19 em dezembro de 2020, e nos fez o seguinte relato: “Durante a fase de confinamento é muito ruim, pois temos o medo de adoecer e ter que ser internado, ao mesmo tempo em que sentimos a solidão do isolamento”.
Leandro conta que teve sintomas leves e moderados. Com o tratamento, passou por essa fase de forma mais tranquila, sem grandes sintomas e dificuldades: “Tive febre apenas um dia e perda de paladar e do olfato, porém não tive muita falta de ar, nem tosse”.
Segundo o paciente, o mais difícil foi após o confinamento, onde voltou às suas atividades do cotidiano: trabalhar, dar aula. Leandro relata uma falta de capacidade física e intelectual para executar atividades cotidianas simples, um cansaço extremo e, com isso, aumento significativo da ansiedade e picos depressivos.
“Era horrível, me sentia incapaz, minha capacidade laboral caiu para cerca de 20%, e eu, que sou agitado e me cobro constantemente para produção, fui desenvolvendo mais ansiedade e medo de não retornar ao normal”.
Com todos esses sintomas, ele conta que seguiu as orientações do Fisioterapeuta e aumentou a intensidade dos exercícios que praticava diariamente, inclusive do Pilates, que já havia retornado após o isolamento.
“Foi só com o aumento da intensidade dos exercícios funcionais e do Pilates que eu consegui sair dessa, meu corpo começou a reagir, minha mente voltou a funcionar. O Pilates foi fundamental para minha melhora. Falo para todos, pratique Pilates, é fundamental para sua saúde”, finaliza Leandro.
Prof. MSc. Felipe Alavarce, D.O
CRF 3/154701-F
Mestre em Ciências da Saúde- USP
Especialista em Terapia Manual com ênfase em Osteopatia- UENP
Diplomado Em Osteopatia- AIOS (Association Internationalis dos Osteopathes du Sport)
Instrutor de Pilates – 2012
Professor dos Cursos De Formação em Pilates desde 2015
@prof.felipealavarce
@iarc.cursos
Você, instrutor de Pilates, tem realizado o tratamento de pacientes pós-covid? Conte-nos a sua experiência: contato.rp@revistapilates.com.br