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Autor de Amor à Vida vira fã de Pilates

Walcyr Carrasco, autor da novela Amor à Vida, sucesso que termina hoje, se apaixonou por Pilates. Em um artigo intitulado “Esticando no Pilates”, publicado numa coluna da Época, o escritor global declara que gostou tanto da prática da atividade que fica desejando que a próxima aula chegue logo. Delicie-se com o texto bem humorado de Walcyr:

Todo mundo que conheço já praticou, pratica ou pensa em praticar Pilates. Finalmente resolvi fazer também, já que, de tempos em tempos, sinto um enorme peso de consciência em relação a meu corpo. E também a minha barriga. Não por me incomodar esteticamente, já que minha vaidade compete com a de um pavão rei. Mas pelos custos.

Quando os paletós e camisas param de fechar, eu me apavoro pensando no preço dos novos. Mais barato e mais saudável emagrecer. Embora, verdade seja dita, tenham me dado um aviso de cara: Pilates não emagrece. Torna o, mais flexível, fortalece, fortifica. Mas não dá para se esbaldar numa feijoada, digamos, depois fazer uma horinha de Pilates e achar que está tudo bem. (Aliás, o que dá?)

Tenho prevenção contra tudo o que soa como modismo. O Pilates virou uma febre. Hesitei, porque tenho mania de ser original. Mas a atriz Cássia Kiss pratica Pilates há anos. Tem uma disposição e uma vitalidade impressionantes. Perguntei o que achava. “Sua vida mudará para melhor”, disse ela.

Foi o estímulo necessário.

Só que tudo em minha vida tem um ritual. Eu poderia ter simplesmente me inscrito num estúdio de Pilates. Mas não. Resolvi ter aulas em casa, já que vivo trancado para escrever a novela Amor à vida.

Também poderia ido a algumas aulas experimentais. Antes de mais nada, resolvi comprar uma cama de Pilates. Esperei semanas para chegar. Claro, pelo simples fato de encomendá-la, já me sentia mais flexível.

Quando a cama chegou, achei que tinha semelhanças com um instrumento de tortura medieval. Fiquei… humm… receoso! Montei a cama ao lado da esteira, que tem sido muito útil para dependurar roupas. É ótimo chegar em casa e atirar o paletó na esteira. Sim, é claro, a esteira está parada há séculos. Acalmo minha consciência com um truque simples.

– Quando estiver firme no Pilates, complemento com a esteira! – digo a mim mesmo.
Como uma coisa leva à outra, acabei não fazendo nada. Até que, um dia, o massagista, que também dá aulas de Pilates, me pediu a esteira emprestada.

– Já que você não usa, posso pegar uns alunos para dar aulas em casa.
Revoltei-me.

– É claro que vou usar.

Foi o sinal de alerta. Bem, tenho um amigo dos tempos de escola, Raul, que dá aulas particulares e também tem um estúdio de dança e Pilates. Sua mãe, Ruth Rachou, ainda em plena forma, foi uma das introdutoras da dança moderna no Brasil. Raul foi criado numa selva de movimentos corporais. Não poderia haver professor melhor, mesmo porque são bem uns 45 anos de amizade! Telefonei, marcamos, e ele veio. É um ano mais velho que eu – e muitos centímetros mais alto. Tem movimentos flexíveis como um felino. Começamos as aulas.

– Deite. Respire.

Aos poucos, ele me ensinou algumas coisas. A fazer torção, por exemplo. No chão, virando a cabeça para um lado e o corpo para o outro. Minhas dobradiças andam enferrujadas. Mas consegui fazer um semicírculo com a perna. E com os braços. Aos poucos, ele fez com que eu me torcesse de um lado para o outro.

– E a cama? Não vou usar?

Afinal, paguei pela cama. O pretexto para adiar as aulas foi esperar por ela!

Deitei no colchão, movido por roldanas. Eu esticava e puxava as pernas. Depois, os tornozelos. Alguns exercícios só com o dedão apoiado. Outros com o calcanhar. Em alguns momentos, me senti como um lençol na máquina de lavar roupa. Mas sem dor, sem tortura. Apenas mexendo com grupos de músculos que já nem lembrava existirem. Girar a cabeça em círculos, quando foi a última vez que tinha feito isso?

Já tive algumas aulas. O paciente Raul deve lembrar que, no ensino médio, eu era o pior aluno de educação física. Aos poucos, meu corpo anda descobrindo novas possibilidades. A aula não cansa, no final me sinto mais ativo, cheio de energia. Imagino que o Pilates me ajudará a perder peso. Como sou preguiçoso, imagino que até erguer a xícara de café me ajuda a perder algumas calorias.

Espantado, me pego desejando que chegue a próxima aula. É um passo, não digo em direção a um corpinho de atleta, mas para salvar os paletós que adormecem no armário. Agora, penso que o Pilates não é um modismo, mas algo que veio para ficar.

Só falta travar uma aproximação com a esteira, que continua como cabide. Ela olha para mim, eu para ela. Já nos conhecemos há muito tempo, mas ainda não temos um relacionamento estável. É a próxima etapa.

E você, assim como o Walcyr, fica contando os minutos para a sua próxima aula de Pilates? Conte pra gente. Queremos saber como anda a sua paixão…

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