É comum que os estúdios de Pilates ofereçam uma aula experimental como cortesia aos clientes que querem conhecer a modalidade. Esse é o momento de conquistar mais alunos. Por isso é importante organizar essa aula para que seja didática e interessante.
Quando o aluno chegar para a aula experimental, reserve uns minutos para conversar com ele e procurar saber se sente alguma dor, se veio por recomendação médica, curiosidade ou outros motivos; se pratica ou praticou atividade física e quais foram. Essa pequena avaliação lhe ajudará a ter um direcionamento em relação aos objetivos e limitações do cliente.
Vamos considerar que estamos diante de um aluno clássico: não conhece o Pilates na prática, sente muita tensão nos ombros e lombalgias esporádicas, mas não apresenta nenhum problema mais severo. Já praticou musculação e ginásticas de academia. Como a grande maioria, tem aumento da lordose lombar e aumento da cifose torácica.
O que você pode oferecer a ele em uma aula experimental? O mais comum é o professor optar por fazer uma série de exercícios já entrando no repertório, passeando por todas as máquinas e sugerindo correções difíceis de serem compreendidas num primeiro momento.
A sugestão é: mostrar o que o Pilates realmente tem para oferecer de melhor, ou seja:
– Elementos de estabilização da coluna vertebral com desafios de MMSS e MMI;
– Mobilidade da coluna em locais que não costumam se mover habitualmente (flexões lombares e extensões torácicas);
– Trabalho de MMSS e MMII nas máquinas focando mais em dissociação e postura do que em força;
Selecionamos alguns exemplos de exercícios para te ajudar:
1. Deitado no solo, um alongamento básico de MMII, um bom posicionamento em DD, verificar se precisa almofadas para apoiar a cabeça;
2. Ponte – executar 6-8 pontes já com a introdução de uma respiração suave acompanhando o movimento;
3. Estabilizar cintura pélvica e coluna lombar com desafio de 1 MMII (1 perna), explicando coluna neutra e ativação do centro;
4. Estabilizar cintura escapular com dissociação de MMSS para trabalhar mais o afunilamento das costelas e novamente explicações sobre coluna neutra e ativação do centro;
5. Fazer algumas flexões torácicas com a coluna neutra, alongando a cervical, de maneira correta;
6. Com o centro ativado, propomos uma extensão torácica (de preferência de joelhos para garantir o acesso da torácica);
7. Foot work no Reformer com variação de posição de pés, coluna neutra, estímulo a um ritmo respiratório fluido;
8. Braços, sentado no trapézio (atenção à posição sentada em cima dos ísquios). Valorizar a dissociação de ombros. O objetivo é relaxar o trapézio e os ombros e não fortalecer nada nessa aula.
Finalize com um gostoso rolamento com molas ou ainda uma massagem realizada com o aluno de pé, curvado de bruços sobre o Ladder, arredondando bem a coluna.
Lembre-se: o objetivo é fazer com que o aluno saia da aula com uma sensação de bem-estar, corpo mais presente como um todo, especialmente o centro e a coluna vertebral. A ideia é fazê-lo sentir que o Pilates pode oferecer movimentos que vão facilitar o encontro de uma boa postura de maneira agradável.
Silvia Gomes
Educadora física especialista em Biomecânica e instrutora de Pilates