Hoje a Revista Pilates traz mais uma vez a série ‘’A Revista Responde’’, juntamente com a profissional Ge Gurak. O tema de hoje é inspirado nas perguntas que recebemos diariamente sobre quem realmente pode trabalhar com o método Pilates. Vamos esclarecer essa dúvida e trazer algumas reflexões. Confira:
”Sabemos que Pilates está na categoria de curso livre, e que Educadores físicos, Fisioterapeutas, bacharéis em dança e terapeutas ocupacionais são os profissionais que, no Brasil, ocupam a maior parte desse mercado. Mas não temos somente eles, possuímos profissionais de outras áreas e que em nosso País, diferente de outros locais, pode ser considerado como prática ilegal.
Devido a esta confusão e até briga judicial de quem deve ou não trabalhar com o método, aprecio a visão de alguns espaços, que além de exigir a graduação nas áreas acima, adotam os critérios do PMA (Pilates Method Alliance – linkar site). O PMA é um associação que se iniciou nos EUA e define algumas regras para aceitar e manter seus associados.
Entre elas, que a formação profissional de Pilates seja de, no mínimo 450h. Para participar, você necessita ser aprovado num teste teórico que avalia seus conhecimentos e, para continuar, é necessário comprovar educação continuada.
Este órgão não irá fiscalizar seu espaço, nem possui poder de dizer se você pode ou não atuar com o método, mas estabelece um critério objetivo de qualificação, o que pode vir a ser reconhecido pelos profissionais como um parâmetro de qualidade. Ser aprovado e continuar dentro dos parâmetros, pode ser um diferencial para seu negócio.
Há muito a ser feito em nosso País. Há poucos meses, infelizmente, o Brasil perdeu uma aliança que tinha as melhores intenções de organizar a forma de se trabalhar com Pilates no País, a ABRAPI (Aliança Brasileira de Pilates).
Não sei exatamente as razões do porque de ela não ter se desenvolvido, mas estive na assembleia de encerramento e, como outros participantes que estiveram lá, voltei para casa triste pois, de certa forma, voltamos à estaca zero. A união de profissionais poderia nos ajudar a esclarecer toda esta legislação.
Não acredito que existe uma ou outra profissão que deva ter direitos exclusivos sobre a atuação como instrutor de Pilates, até porque, o interessante é sentar com diversos profissionais e agregar o que cada área pode trazer como: o conhecimento aprofundado das patologias da Fisioterapia, a didática ou os parâmetros de treinamento dos Educadores Físicos, a criatividade dos Bailarinos…
Vale lembrar que muitos dos nossos principais mestres atuais (sem esquecer do próprio Joseph Pilates) não possuem ou possuíam qualquer graduação entre as citadas acima. Se você teve a oportunidade de estudar com estas referências vai concordar comigo: como não admirar e elevar o trabalho dessas pessoas que vivem o método de corpo e alma, compreendem todas as suas conexões, descrevem as execuções nos mínimos detalhes anatômicos e biomecânicos e são reconhecidos mundialmente por atuar com Pilates? Não é um conhecimento gratuito, ele veio de muita prática e envolvimento.
Que fique claro que não estou afirmando que não seja necessário graduação, bem pelo contrário… bons profissionais caminham e buscam entender todas as áreas que o Pilates pode envolver”.
Boa semana, muito Pilates e até a próxima!
Ge Gurak
Instrutora da Trabalhando com Pilates e PMA-CTP